21 novembro 2010

enigma

Quero o silêncio, escoado de um sopro para uma esfera selada. Quero caladas as vozes, os sussurros, os murmúrios. Quero distantes interrogações e exclamações. Inquirições. Sugestões e formulações. Suposições e objecções. Quero o vento afónico e a chuva muda. O silêncio.
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Quero estáticos os sinais. Imóvel o pensar. Inertes as palavras. Quero esventrar-me por dentro no vácuo. Sem estilhaços ou remendos. Sem salpicos ou fragmentos soltos. Quero o mundo encerrado entre os muros de uma cápsula. Um ambiente controlado que domine - ditadora de vazios sem dono.
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E o silêncio. Ainda o silêncio.

2 comentários:

Tiago Marcos disse...

:) belo texto lisa, muito bom mesmo. bjs

LiSa disse...

Obrigado, Tiago.
Abraço.