27 agosto 2008

mocinha de recados

Qualquer dia fazem-me uma espera e dão-me uma tuna de porrada.
- A porradinha que era para dez vai toda só para ti – dizem em terras olhanenses.
Farta que estava de só ouvir avecs, bimbos do Porto e trolhas de Lisboa (sem ofensa às boas pessoas), e nunca ter lugar para estacionar a porra do carro quando chego a casa, comecei a pendurar bilhetes no vidro de todos os outros veículos.
- É favor não deixar o carro a tapar a saída.
-
Por favor, não estacione o carro a tapar a entrada do parque porque há lugares livres lá à frente e eu não consigo passar.
E hoje, por fim…
-
Da próxima vez que me trancar o carro pode ser que, acidentalmente, um camião de mercadorias passe por cima do seu.
**da-se que não há paciência para tanto tóino!
O mal foi ter assinado todos os recados. Qualquer dia descobrem onde moro.

22 agosto 2008

ups...

E quem terão sido as mentes iluminadas que resolveram mudar os ares à casa e penduraram um canteiro de flores no meio da parede da sala, a metro e meio de altura, entre a porta e a janela?
E quem terão sido as mentes iluminadas que lá plantaram umas sementinhas que em dois dias tinham um palmo de altura?
E quem terão sido a mentes iluminadas que estranharam aquilo crescer tão depressa?
E quem terão sido as mentes iluminadas que só depois se aperceberam que as plantinhas tinham o nome de girassóis gigantes?
E quem terão sido as mentes iluminadas que conluiram que se são gigantes é porque vão ficar altos?
E quem terão sido as mentes iluminadas que só à segunda viram que aquelas coisas iam atingir dois metros de altura?
Porra!
Devíamos ler bem as embalagens antes de comprar aquelas coisas porque a natureza e os ares e o raio que o parta e fica bem e é engraçado e o caraças é que é!

11 agosto 2008

E só porque sim...

… hoje sinto-me uma grande mulher. E ontem também. E no dia anterior também. E na sexta-feira à noite muito mais que em qualquer destes dias.
E só porque sim, apesar do meu minúsculo metro e sessenta e sete centímetros, fui içada por uma grua a 60 metros de altura para me deliciar num espectáculo dos polémicos La Fura Dels Baus.
E só porque sim senti um misto de euforia, coragem e medo como o caraças.
E só porque sim resolvi, durante três excitantes dias, tornar-me acrobata.
E só porque sim continuo a recusar-me a subir a mesas e a escadotes sem a presença de um arnês, um fato completo de mergulho, ornamentado com tubos de água, e técnicos de segurança espanhóis.
É que tenho um medo desmarcado de alturas, morro de vertigens e, se a coisa dá para o torno, posso cair e estatelar-me no chão de tal maneira que só me conseguirão de lá tirar com uma espátula.
Por isso, aventuras só mesmo a 60 metros acima da linha do horizonte.