17 junho 2010

embriaguez

Embriago-me. Embebedo-me. Inebrio-me. Constantemente. Incessantemente. De forma recorrente. Sistemática. Descontrolada.
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Sorvo, sedenta, o que me passa a pele e atravessa a alma. Declino concordâncias e coerências. Sugo devaneios e deleites. Espremo, sem regra ou pudor, os estímulos que me atingem, desenfreados. Descasco-os. Escorro-os. Esgoto-os. Suprimo-os. Canso-me deles. Afasto-os. Substituo-os. Estorvam.
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Embriago-me, embebedo-me e inebrio-me. Incansavelmente. Acedo ao desejo ávido de não parar. Cá dentro há um ser quase mecânico que não dorme. Destruição lacerante. Sôfrega de vida e vivências.
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Anuo à carência de trocar vícios por vícios, mantendo hábitos. Não conheço meta. Desconheço destino. Não sei qual o caminho. Haverá um melhor que todos os outros? Por ele, talvez alheia à sua virtude, alcanço as pontas frágeis que me levarão a outro lugar.
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Até lá... Um café e dois dedos de conversa?

3 comentários:

Duda disse...

Escreve mt bem..
os meus parabéns!

visite o meu:
http://simplesmenteeu-duda.blogspot.com/

Particle disse...

Vê lá se convidas na próxima!!!

jonas disse...

Gosto da tua escrita