24 fevereiro 2010

boa noite

Bastou uma fresta entreaberta nas minhas convicções - um instante ímpar de hesitação - para que entrasse, arrebatador, e me corrompesse. Sucumbi ao caos que arde lentamente para lá destas paredes, que nada têm de meu para além de mim.
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Sinto-o cá dentro agora. A dividir comigo a amplitude atmosférica do exílio. Sinto-o aqui, debruçado sobre o que sou. A envolver-me. A consumir-me.
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Tenho o mundo descompensado entre os outros. Às avessas. E só porque sim, contrario a tendência e recolho-me hoje mais cedo. Não alinho no jogo. Não alimento o desafio. Não hoje.

1 comentário:

Gavine Rubro disse...

"Tenho o mundo descompensado entre os outros"

Já Fernando Pessoa também pensava, que por vezes é bestial ser incompreendido entre os outros.

Belos fragmentos poéticos se encontram por aqui. Gostei muito,
voltarei,

Gavine Rubro
www.celularubra.blogspot.com