15 agosto 2009

surpresas

Não é invulgar que se criem imagens pré-concebidas de quem se desconhece. Não é invulgar que eu o faça com alguma frequência e que me orgulhe do meu apurado sexto sentido para com determinados seres. Gosto de observar as pessoas. E de tirar as mais estranhas conclusões acerca das mesmas. Sempre me vangloriei de raramente me enganar. Mas hoje alguém me mostrou o contrário. Hoje alguém me surpreendeu.
Há muito que não acontecia. Há demasiado tempo que encarei como previsível as atitudes de quem me rodeia. Mas heis que hoje me surpreenderam. Heis que hoje conseguiram arrancar-me um sorriso, que se rasgou num rosto perplexo.
Hoje ofereceram-me rosas. Não uma. Não duas. Mas três. As únicas que o vendedor ambulante ainda tinha. Hoje um estranho ofereceu-me rosas. E eu nem sequer fui simpática.

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