28 agosto 2009

sentenças

Viajo pelos dias com os pés arrastados à existência. Viajo ausente, numa sobrevivência apática que evito encarar. Viajo lenta e silenciosamente.
Shiuuu. Faz de conta que não estou cá. Que não diambulo nestas vagabundagens descomprometidas de obrigações.
Arrasto os pés à vida como quem a carrega num saco de esquissos. Como quem a sustenta sem mais nada. E deixo-me embriagar por uma liberdade electrizante. Cruzo caminhos alheios e sugo-os até ao tutano. Flutuam os membros deste esqueleto coberto por uma carne mole. E a mente foge.
Há algures um lugar para mim. Ao Sol, talvez. E todos os dias se acentua a certeza de que não é este. Existe um projecto de vida que os anos me têm vindo a fazer vislumbrar. Existe. E, embora longínquo, avizinha-se cada vez mais sedutor.

2 comentários:

Sónia Cláudia Jacinto disse...

O teu blog foi-me apresentado por um amigo. "Do melhor que já vi" disse ele. E eu subscrevo!!
Parabéns pela forma como te expões no mundo dos outros: de todos nós!
E muito obrigada por partilhares com os outros do mundo o que no teu vais vivendo!...

LiSa disse...

Obrigado, Sónia.
Um abraço.