06 fevereiro 2010

flash

É tão difícil escolher uma música. Assim começava o Inferno da Companhia Olga Roriz. A liberdade é inimiga da decisão fácil. Entre a dança e o teatro. Entre a multiplicidade das ofertas e a qualidade indiscutível das opções. Elegi a tão comum inexistência de planos. Descobri, imprevisivelmente, o fado. Cantigas do Maio, do nome maior da canção nacional. Zeca. Interpretado em Ecos de Coimbra com guitarras portuguesa e acústica. Acasos. Ironias.
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Serro os olhos à presença alheia. Abro a vista ao inigualável prazer da satisfação. E há flashes. Imagens rasuradas. Incompletas. Mas inteiras. De emoções. Sensações. Agitações. Alvoroços. Pedaços de corpos. Carne. Pele. Suor. Fotografias tatuadas na mente. Esquissos. Cheiros. Paladares. Tonalidades. Sombras. Segredos. Descobertas. Nacos de gente. Odores. Humores. Prazeres. Desgaste. Vontade. Euforia. Entrega. Porções de vida. Caos. Conforto. Desejo. Libertação. Rendição. Flashes.
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E não haveria melhor forma de terminar o dia.

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