12 janeiro 2010

distâncias

Entre elas espaçaram dias. Meses. Estações. Não muitas, no calendário da história e das histórias. Uma infinidade delas, no calendário do que palpita entre a carne e os ossos. Duas perguntas. Formuladas exactamente com as mesmas palavras mas em circunstâncias distintas. Sob perspectivas diferentes. Entre elas espaçaram dias. Meses. Estações.
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Entre elas não distou um único sopro. As respostas. Lançadas com a velocidade inalcansável de quem fala com a alma. Foram sobrepostas sem falhas. Soltaram-se com uma frontalidade irracional e infantil. Emergiram sem dar tempo à mais implacável das dúvidas. Desafiaram a incerteza. E venceram.
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Houve apenas uma resposta. Devastadora. Certeira. Imatura. Inata. Única. Ainda única. Ainda a única.
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Onde estaria se todas as hipóteses fossem válidas?
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Talvez um dia - esse, sim, distante em todos os mapas do tempo - tivesse ponderado a inúmera quantidade de escolhas e destinos. Talvez um dia - distante em todos os mapas do tempo - me deixasse invadir pela complexidade da decisão e pelo peso das motivações.
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Mas hoje, como há dias, meses e estações atrás, a resposta é tão singular quanto descomplicada. Tão juvial quanto tentadora. Tão inconfundível quanto asfixiante. Por ser tão livre de razão, lógica ou coerência. Por ser apenas dotada de uma inconsciência emocional extrema.
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E hoje, como há dias, meses e estações atrás, essa parece ser a única linha que se mantém recta ao correr dos minutos, neste emaranhado de nós que tantas vezes me sufoca e me aconchega.

2 comentários:

Li disse...

Obrigada pelo comentário. =)
Reservei-te um cantinho no meu blog porque gostei do pouco que já li no teu (descobri-o ao ler o blog "a vidinha de uma gaja"). Gostava de ter jeito para escrever como tu tens, mas sempre gostei mais de ler do que de escrever. =)

BRAYAN ROMERO disse...

LA GERRILLA DA ASCO