26 março 2008

histórias

Precisei, no outro dia, de ir à DGV. Como não sabia como lá chegar, larguei o carro no primeiro canto livre que encontrei, relativamente perto do local que me haviam indicado.
O sol fazia-me fervilhar o pensamento. E o meu passo acelerado e descoordenado quase me fez cair ao chão. A sensação de achar que ia perder mais tempo à procura do que aquele que tinha disponível, levou-me a abordar o primeiro rosto que o meu olhar cruzou.
- Sabe dizer-me onde fica a DGV? Disseram-me que era por aqui, inquiri tentando não assustar com a minha pressa quem se preparava para me responder.
- Sim, eu levo-a lá, disse-me o senhor.
- Não, não é preciso. Diga-me só como lá chegar?, pedi impaciente, após perceber a clara dependência do simpático homem.
- Eu levo-a lá. Não se preocupe, insistiu, alheio ao meu desagrado.
Conformada com a minha companhia, segui o seu passo.
O desgraçado do homem preparou-se para atravessar a estrada comigo à sua perna. Qual não foi o meu espanto, quando conseguiu parar quatro vias de trânsito frenético só para me deixar passar.
Sorri e agradeci ao perceber que, ao longo dos últimos tempos, este foi o gesto mais simpático que alguém teve comigo.
E lá fui eu, toda contente, acompanhada de um agarrado, avenida acima, até à DGV. Como compensação, cravou-me 50 cêntimos para beber um café.
Dada a simpatia, nem me importei. Apesar de continuar a achar que já não se fazem homens como antigamente.

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