A entrada num novo ano surge sempre envolta em réstias de esperança. Tempo de mudança e recomeço. Tempo de separar o passado do futuro, pela linha ténue do presente. As viragens simbolizam metas. Às quais se seguem aquelas que ainda há por alcançar. Não existem pontos de chegada. Apenas novos pontos de partida. As esquinas acarretam esperança e esperanças. Alento. Vontades e motivações. Força. Energias e sinergias. Garra. Desejos e compromissos. São, simultaneamente, um fim e um início.
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Tornou-se recorrente não fazer planos. Pura cobardia. Sem planos não há medo de falhar. Mais: não há medo de ter de admitir a falha. Cobardia dupla. Tornou-se recorrente não fazer promessas. Cobardia, mais uma vez. Não carregar o peso da responsabilidade necessária para mantê-las.
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Mas há passos que vou querendo dar. Muitas vezes aos trambolhões, é certo. Com desequilíbrios e algumas quedas. Mas que quero ir dando. Vou abrindo frestas na cápsula que criei. Vou dando tréguas nesta guerra com o mundo. Vou fazendo as pazes com a atmosfera. E restaurando relações pouco íntimas com o meio que me envolve.
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Vou diminuindo a intensidade das fugas. E entreabrindo as portas do refúgio. O ar tem de circular. Não posso ser só eu a consumi-lo. Há que renová-lo. Há que dar-lhe espaço. Eu tenho o meu. E sempre o terei. Mas neste novo arranque talvez haja um canto para os outros. Para os outros que são os mesmos. E é tão bom sabê-los assim. Talvez seja tempo de voltar a misturar o mundo com o dos outros. Em vez de torneá-lo. Talvez este seja o primeiro sinal de sensatez nos últimos tempos. E é tão bom vislumbrá-lo.
1 comentário:
Nada como ler uma mensagem de esperança no início de um novo ano. Segue o que escreves Lisa. Espero que outros sigam o teu exemplo.
Felicidades.
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