Andei a ler o Livro do Português Errante, de Manuel Alegre. Li. Reli. Folheei.
E li mais devagar.
Pablo Neruda disse, um dia, ao seu carteiro que as palavras eram como os beijos e que, por isso, deveriam ser saboreadas. Lentamente.
E, com o Livro do Português Errante, foi o que fiz. Li. Reli. E saboreei todas as palavras.
Como não surtiam qualquer efeito em mim, fi-lo novamente. Saboreei-as. Degustei-as. Consumi-as lentamente.
Até que percebi que me sabiam mal. Que o seu aroma não me causava qualquer impacto. E que, de forma alguma, poderiam ser comparadas a um beijo.
Li o Livro do Português Errante. E não gostei. Houve poemas que me despertaram o interesse. Pelo nome. Ou pelos primeiros versos. Mas depois… nada. Absolutamente nada.
Acabo de passar a mim mesma um atestado de ignorância. Ou talvez não. Para além de José Régio e mais um punhado de nomes, os versos não me causam sensações. Não me causam absolutamente nada. Não me dizem nada. E em nada se identificam com o que espero da poesia.
Ou o meu QI não é alto o suficiente para entender. Ou existem mensagens que não consigo decifrar.
De qualquer forma, não quer isto dizer que não goste de obras poéticas. Quer apenas dizer que não gosto da obra poética de Manuel Alegre. Desta, pelo menos.