24 abril 2009

elucidem-me

Alguém me explica por que é que alguém vai a um restaurante chinês pedir para não pôr rebentos de soja na comida?
E alguém me explica por que é que alguém vai a um restaurante chinês comer batatas fritas pré-congeladas?
Alguém me explica por que raio é que esta gente não vai ao McDonald's?
Às vezes tenho vergonha de pertencer à mesma espécie que muitos aliens que por aí andam.

17 abril 2009

procura-se

Menino ou menina que saiba como mudar a cara deste espaço de divagação.
Máxima urgência.

PS- Dava-me algum jeito que não fosse o Zé Diogo a fazê-lo. É humilhante ter de pedir a um puto de 11 anos.

15 abril 2009

...

- Oh, Lisa, estás bronzeada. Foste à praia?
- Não, fui à bola, que é quase a mesma coisa.

14 abril 2009

Atestado de Ignorância. Ou talvez não. II

Sim, gosto de telenovelas.
Sim, vejo telenovelas.
Sim, das brasileiras.
Não, não vejo telenovelas portuguesas.
Não, não vejo telenovelas melodramáticas.
Não, não vou para casa de propósito para me sentar em frente ao ecrã a fazer malha e a comer pipocas.
Mas sim, se não tiver mais nada para fazer vejo a telenovela.
E não, não acho que assistir a novelas seja coisa de gente pouco inteligente.
E não, não tenho paciência para os pseudo-intelectuais que acham que ver novelas é perda de tempo.
Porra.
Se faço teatro e vou ao teatro.
Se vejo cinema e assisto e DVD’s.
Por que raio não hei-de ver novelas?

13 abril 2009

confirma-se

Sim, confirma-se.
Assim que perco de vista a Via do Infante rumo à outrora Pax Júlia, o sotaque regressa sem hesitar.
Quando venho de terras alentejanas, a voz parece arrastar-se e todo o meu vocabulário passa a fluir de uma forma substancialmente mais lenta.
E isso até não é mau.

09 abril 2009

Atestado de Ignorância. Ou talvez não.

Andei a ler o Livro do Português Errante, de Manuel Alegre. Li. Reli. Folheei.
E li mais devagar.
Pablo Neruda disse, um dia, ao seu carteiro que as palavras eram como os beijos e que, por isso, deveriam ser saboreadas. Lentamente.
E, com o Livro do Português Errante, foi o que fiz. Li. Reli. E saboreei todas as palavras.
Como não surtiam qualquer efeito em mim, fi-lo novamente. Saboreei-as. Degustei-as. Consumi-as lentamente.
Até que percebi que me sabiam mal. Que o seu aroma não me causava qualquer impacto. E que, de forma alguma, poderiam ser comparadas a um beijo.
Li o Livro do Português Errante. E não gostei. Houve poemas que me despertaram o interesse. Pelo nome. Ou pelos primeiros versos. Mas depois… nada. Absolutamente nada.
Acabo de passar a mim mesma um atestado de ignorância. Ou talvez não. Para além de José Régio e mais um punhado de nomes, os versos não me causam sensações. Não me causam absolutamente nada. Não me dizem nada. E em nada se identificam com o que espero da poesia.
Ou o meu QI não é alto o suficiente para entender. Ou existem mensagens que não consigo decifrar.
De qualquer forma, não quer isto dizer que não goste de obras poéticas. Quer apenas dizer que não gosto da obra poética de Manuel Alegre. Desta, pelo menos.

08 abril 2009

...

Continua tudo igual.
As manhãs ensolaradas.
As tardes de esplanada junto à Ria.
A azáfama e as complicações laborais.
Os tombos descontrolados na rua.
As avarias constantes dos electrodomésticos.
A louça que teima em fugir-me das mãos.
O regresso de alguns amigos.
A partida de outros.
A cunhada que me roubou o irmão.
A mãe que se sente desocupada.
E eu. Com as minhas histórias. E as minhas vagabundagens.
Eu e o meu mundo.
Eu. De regresso ao mundo dos outros.