18 setembro 2009

(i)maturidade

Há um sentimento de imaturidade que se revela cada vez mais forte. Há uma delinquência infantil que se manifesta a cada gesto. E certezas pouco certas de um crescimento emocional que teima em não fazer-se sentir.
Há instabilidade, inconsciência, inconsequência. Há responsabilidades e incumprimentos. Há o querer agarrar o mundo de uma só vez. E a sensação de ausência de metas. Há um falhar constante. Por querer dar mais do que se tem.
Há impulsos, loucuras, rupturas. Há um corpo dormente e uma mente cansada. E há escassez de tempo, reflexão e sensatez.
Cresce, Lisa. De uma vez por todas, aprende a crescer.

16 setembro 2009

estações

Entre as minhas inquietações e instabilidades.
Entre fugas e refúgios.
Entre idas e vindas.
Entre o meu mundo e o dos outros.
Na calma apaziguadora dos fins de tarde frente à Ria Formosa mudaram ontem as estações. Não que o calendário assim o ditasse. Mas somente porque sim.
E ao alaranjado do pôr-do-sol juntou-se o flutuar das primeiras nuvens de um Outono que se avizinha envergonhado. Ao calor pouco tímido do final do Verão aconchegou-se ontem a primeira chuva e a primeira trovoada desta nova temporada.
Houve raios, chuviscos, tempestades silenciosas e eclipes diurnos. Com eles chegou o cheiro da terra acabada de molhar, o agradável odor da junção entre o céu e o mar e o sabor adocicado da mudança dos dias e dos tempos.
Ontem as estações transitaram sem turbulências, cientes da necessidade de dar continuidade a um ciclo de simbioses.
Talvez hoje também eu transite para uma nova era de sentidos e emoções.

12 setembro 2009

obrigado

Bateram à porta quase em silêncio e entraram devagarinho. Recebi-os aos poucos, ainda a medo, tentando não falhar.
- Estás aí?
- Sim, ainda estou aqui.
- Ainda és tu?
- Sim, ainda sou eu.
Largaram as histórias num outro canto. E arriscaram. Eles sem medo. Eu com vontade. E reconciliámo-nos. Reaproximámo-nos. Vencemos a distância que nos acompanhou de perto, os caminhos sinuosos que nos guiaram noutros rumos e as verdades pouco verdadeiras que ditaram o afastamento.
Eles arriscaram. Eu arrisquei. Eles acreditaram. E eu voltei a acreditar.
Tenho amigos que não deveriam ter partido. Mas hoje dou-lhes ainda mais valor por terem tido a coragem de voltar.

08 setembro 2009

descobri

... que a minha história é cíclica e que dava algo muito mais interessante que um filme. Só não sei se pelos motivos certos.
E não fui eu que o disse.

04 setembro 2009

de regresso

Amanhã regresso àquilo que mais gosto de fazer. Amanhã volto ao dinâmico mundo do jornalismo. Amanhã retorno com uma nova postura. E uma garra superior à que me tem consumido.
Hoje há em mim um astro que flameja, como dizia Florbela dos poetas. Hoje há em mim lugar para aprender e para crescer. Hoje sei que, a partir de amanhã, os dias vão ser mais longos e os minutos de lazer cada vez mais escassos. Mas há um novo ânimo. E isso supera todo e qualquer cansaço.